Eles têm dezenas de unidades de franquia, mantêm estruturas de back office robustas e precisam avaliar minuciosamente seus próximos investimentos. Quais marcas merecem sua atenção? Qual a melhor localidade para abrir mais uma loja? Que pessoas poderão administrar o novo negócio?

Três multifranqueados com mais de 30 unidades responderam a essas perguntas em painel na Convenção da International Franchise Association, em Las Vegas. Doc Cohen, multifranqueado das marcas Great American Cookies, PretzelMaker, TCBY e Coffee Beanery; Kim Crowell, multifranqueada do Jersey Mike’s Subs e da Slim Chickens; e Jesse Keyser, dono de unidades de Little Caesars, Sports Clips, Oxi Fresh Carpet Cleaning and Ideal Image, apresentaram suas lições. Confira.

• Conheça os valores
  Para Kim Crowell, o alinhamento dos valores da franqueadora com os da empreendedora é crucial. “A marca deve ser criativa, estratégica, apaixonada e, principalmente, entrincheirada na comunidade local”, diz a multifranqueada. “A marca Jersey Mikes tem um compromisso com a comunidade. A Slim Chicken tem a hospitalidade no centro. Isso tem importância para nós.”

• Olhe para as finanças
  Doc Cohen conta que analisou uma aquisição durante nove meses. No final do período, quando estava para fechar negócio, refez as contas e viu que os custos haviam subido. “Taxas de juros, salários, até o preço da asinha de frango subiu. O bottom line não parecia bom. Desistimos, depois de todo esse tempo de negociação”, conta. Crowell avalia a possibilidade de retorno. “Mesmo que o capital investido seja alto, calculo se a marca pode sustentar isso com receita.”

• Veja o custo-benefício dos royalties
  Antes de fazer um investimento, Jesse Keyser avalia a relação custo-benefício dos royalties pagos à franqueadora. Essa taxa remunera os serviços que a dona da marca entrega aos franqueados, como transferência de know-how em treinamentos e outras atividades de apoio. “Quero que os royalties custem o mesmo ou menos que o preço desse serviço no mercado. Por exemplo: uma das minhas redes faz um excelente trabalho de SEO [otimização do site para resultados no Google]. O que eu pago em royalties é muito menos do que isso custaria em uma consultoria”, afirma Keyser.

• Avalie o território
  Jesse Keyser avisa: “Não estou interessada em pontos ‘nota C’”. Ele busca unidades franqueadas já existentes e funcionando bem, com franqueados que estejam já de olho na aposentadoria. O empreendedor diz que já cometeu erros, contudo. “Em uma das marcas, eu tinha duas unidades muito próximas. Fechei uma e desloquei os funcionários para a outra. As vendas se mantiveram, felizmente.” Doc Cohen ressalta: é importante ter lojas em uma mesma região geográfica, senão o franqueado terá de se deslocar o tempo todo.

• Corte custos
  Kim Crowell analisa os custos até nos menores detalhes. Pequenas tarifas bancárias, preço dos uniformes, taxas de entrega. “Sempre tentamos manter tudo muito enxuto”, diz. “Tínhamos cinco plataformas para gerenciar pessoas – para folha de pagamento, onboarding. Consolidamos em duas.”

• Estude o contrato com imóvel
  Veja em que locais a rede está disposta a expandir – e em que imóvel a unidade deverá ser montada. Kim Crowell, por exemplo, usa a propriedade dos imóveis das lojas Slim Chickens para fazer investimentos. “Assim criamos riqueza geracional”, diz ela. Na outra rede da qual ela faz parte, a Jersey Mikes, ela faz contratos de leasing nos imóveis.

• Crie uma cultura corporativa
  Antes de investir, Doc Cohen procura por sinergia entre o time e a marca – se os talentos que já fazem parte do negócio podem administrar marcas diferentes. “Cultura corporativa é importante, algo que nós trabalhamos muito para estabelecer. A única coisa que eu fiz sozinho foi contratar o primeiro time. Depois disso, nós fizemos tudo junto.”

Fonte: Revista PEGN