Em um primeiro momento, talvez seja simples responder a essa pergunta. “Termo usado para se referir a um sistema de vendas de licença na qual o detentor de uma marca cede ao franqueado o direito da mesma e do uso da patente e infraestrutura com o direito de distribuição dos produtos”*. Buscando além das definições do termo nos dicionários – bastante restritas para os múltiplos sentidos que a palavra acabou ganhando – podemos pensar, nas aplicações que mais usamos para franquia no nosso dia a dia. Assim, o que significa franquia? Franquia pode ser o valor pago para acionar o seguro do carro ou do plano de saúde. Nesse sentido, talvez a semelhança que podemos encontrar com o sentido de franquia relacionado a negócios, que aqui nos interessa, seria a necessidade do pagamento de uma determinada taxa para a utilização de um serviço. 

Ampliando as possibilidades, temos uma outra noção sobre franquias que povoa bastante a vida de todos, que é a relacionada ao entretenimento. Cada vez mais populares, as franquias relacionadas ao cinema são aquelas sequências de filmes, onde, na maioria das vezes, os títulos originais são seguidos de números e as histórias têm continuação nas novas produções. E se já foram sinônimos de fracasso, hoje muitas continuação acabam superando o sucesso do filme inicial (não tão novo, mas um clássico, muita gente acha O Poderoso Chefão 2 superior ao original). Polêmicas à parte, o que Hollywood pode nos esclarecer sobre “o que significa franquia” em comparação ao sistema de franchise é que ambos buscam reproduzir um padrão, continuar a contar uma história e, muitas vezes, trazer um novo ponto de vista sobre aquele tema já conhecido.

E o que isso tudo pode nos trazer de novo a cerca do assunto que nos interessa, das franquias como negócios? Talvez, uma nova reflexão. Afinal, se por muito tempo enxergamos como a grande virtude das franquias a sua padronização, onde o ato de replicar um negócio com o mínimo de variação é que traria o seu sucesso, hoje parece que estamos vendo uma nova perspectiva aparecer nesse universo. Pode ser que por uma maior experiência dos franqueados ou, talvez, pela necessidade de dar a eles autonomia – surgida, principalmente, na pandemia –, fato é que parece estar se estabelecendo uma nova forma de enxergar os padrões estabelecidos pelas franqueadoras para os franqueados.

O que temos visto, atualmente, é uma espécie de liberdade, com responsabilidade. Ou seja, o franqueador dá uma certa autonomia para que o franqueado tenha flexibilidade dentro de sua unidade franqueada, porém, dentro de um determinado padrão. O melhor exemplo, no momento, são os perfis das unidades franqueadas no Instagram. Importante canal de vendas nos últimos anos, viraram uma forma de gerar novos negócios, sem no entanto, brigar com o perfil principal, da franqueadora. E como fazer isso com sucesso? Falando sobre o assunto e determinando as bases de trabalho de cada uma das franquias. Portanto, se formos definir agora “o que significa franquia”, talvez possamos pensar que essa cessão de direitos está muito mais atrelada a um conceito de marca do que ao modelo de padronização pura e simplesmente.*fonte: Dicionário inFormal