Faz tempo que os especialistas em varejo vêm dizendo que o ponto de venda tende a tornar-se um local voltado para as experiências de consumo e que as empresas precisam estar preparadas para isso.

No entanto, com a exceção de grande marcas multinacionais, poucas estruturas fugiam da apresentação tradicional, com a compra sendo feita apenas através da interação entre consumidor e vendedor, ou do consumidor buscando os produtos diretamente nas prateleiras – seguindo o mesmíssimo formato das últimas décadas.

A grande novidade agora é que não existe mais espaço para adiar a evolução deste cenário. A ascensão vertiginosa do comércio eletrônico, impulsionada pela pandemia, fez com que o tema ganhasse contornos urgentes. 

“O consumidor percebeu que ele não tem mais a necessidade de ir à loja”, diz Marcelo Cherto, presidente da Cherto Consultoria. “Por isso, preciso fazer com que ele queira ir à loja, tornar os meus pontos de venda relevantes”. Trata-se de um momento de mudança de hábitos, com o rompimento de muitos paradigmas de vendas que foram praticados por anos.

Neste contexto, os empresários, inclusive os franqueadores, devem compreender que chegou a hora de inovar, de transformar a ida aos estabelecimentos físicos em um evento. “O ponto de venda não pode ser mais apenas um ponto de venda, ele precisa trazer mais. Já vínhamos falando isso há anos, mas agora não é mais teoria, é realidade”, diz Marcelo Cherto. “O consumidor precisa passar por uma verdadeira experiência. Ser atendido por alguém que vá trazer informações relevantes sobre os produtos e ajudá-lo a tomar uma decisão de compra seria um grande diferencial”. 

Outro aspecto importante tem relação com a prática de consumo interconectada, ou seja, o consumidor não está mais apenas na loja física ou no comércio online, ele passa por todas as formas de consumo de acordo com a sua necessidade do momento. Portanto, as marcas devem acompanhá-lo nessa jornada, permitindo diferentes formas de interatividade em cada uma das suas experiências de compra.

Assim sendo, vale utilizar de recursos tecnológicos a treinamentos aprofundados dos vendedores, trazendo conhecimento extra sobre os produtos e serviços oferecidos. Pensar em ponto de venda hoje deve ser analisar qual o tipo de inovação a ser utilizada em cada momento da experiência do cliente – e esta não é mais uma opção. É uma condição.

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