Qual deve ser o papel das ferramentas de gestão nas redes de franquias?

Mais do que pensar em recursos ligados à tecnologia, devemos considerar as particularidades do negócio ao avaliar quais seriam as melhores ferramentas de gestão para uma rede de franquias. Afinal, o gerenciamento das unidades franqueadas pode envolver desde a logística da operação até o planejamento de ações de marketing, portanto, falar em ferramentas de gestão no caso particular das franquias implica em considerar todo o processo operacional que este tipo de negócio abrange. 

Assim sendo, podemos dizer que o principal objetivo das ferramentas de gestão em uma rede de franquias deve ser o de abastecer e dar suporte ao franqueado – seja ao fornecer os suprimentos propriamente ditos para a operação, ou ao prover o conhecimento e as informações necessárias para o bom funcionamento do negócio. Portanto, o franqueador deve ter em mente que o processo de gestão de sua empresa deve acontecer em dois âmbitos: o da franqueadora e o das unidades franqueadas. 

Desta forma, o gerenciamento das franquias será um desdobramento da gestão da franqueadora, que deve ter cuidado ao implementar modelos que sejam de difícil manutenção para os franqueados – como ocorre, muitas vezes, com sistemas de gestão integrados (ERP e/ou CRM). Divididos de acordo com o segmento de atuação de cada empresa, os sistemas desse tipo podem auxiliar muito a gestão do negócio como um todo, sendo uma importante ferramenta de gestão que funciona como fonte de geração de dados e cruzamento de informações. No entanto, se houver uma exigência para que o franqueado detalhe demais a sua operação sem que veja a real aplicabilidade daquelas bases, pode ser um investimento perdido. 

Uma outra ferramenta de gestão bastante importante para uma rede de franquias, independentemente de seu setor de atuação, é um sistema de atendimento ao franqueado bem estruturado. Ter um canal de comunicação eficiente e transparente com os participantes da rede pode ser a peça-chave para que todo gerenciamento do negócio funcione com fluidez – sendo o contrário também verdadeiro: uma empresa franqueadora que não tem uma boa comunicação com o franqueado pode comprometer todo o resto da uma operação. Então, a conclusão a que podemos chegar, é que a escolha das ferramentas de gestão deve estar condicionada ao perfil e à atuação de cada empresa franqueadora. Porém, para que quaisquer processos de gestão funcionem de forma eficiente, eles precisam contemplar e engajar os franqueados da rede, que devem enxergar valor naquele sistema. Somente com uma interação ativa entre a franqueadora e os franqueados, fundamentada na transparência e na cooperação mútua, é que a gestão da rede pode ser, de fato, bem sucedida.